quinta-feira, 19 de setembro de 2013

INTERVENÇÃO DO GRÃO-PRIORADO DE PORTUGAL

Por motivos de segurança das crianças da instituição, só expomos imagens dos espaços físicos
Como temos vindo a enumerar nos últimos meses neste espaço informativo, o Grão-Priorado de Portugal, tem intervindo de forma ativa em várias instituições de apoio social, através de roupas e alimentos.
Obviamente que as carências sociais dos dias de hoje são imensas, tocando cada um dos nossos corações, no entanto todos os meses temos intervindo da forma ativa, dentro das nossas capacidades e meios, nas mais variadas instituições.
No mês passado, chegou-nos a informação de uma instituição que apoia crianças entre os 5 e 19 anos, a qual está sob a orientação do Padre Bernardo Queirós Alves.
É difícil imaginar a dor existente no coração de uma criança que veio a este mundo sem o aparo familiar, sem o aconchego de um simples abraço ou sorriso de uma mãe, de uma brincadeira do pai, etc. Espaços vazios que uma criança não deveria ter. 
Ontem, 18 de Outubro, fomos visitar esta instituição e entregar mais de 200 peças de roupa para estas crianças. A chegada de pessoas alheias ao espaço, fê-las de forma rápida aproximarem-se de nós sem hesitação. A primeira foi um criança de apenas 5 anos de idade que puxava com a sua mão uma jovem que deveria rondar os 14 anos. Essa criança de 5 anos, trazia um sorriso nos seus lábios, perguntando-nos logo quem eramos e o que trazíamos. Antes de explicar-mos o que ali estávamos a fazer, já a responsável explicava quem eramos.
Possuem um espaço lindíssimo, onde existe uma residência para 21 crianças sem família, rodeados por campos de cultivo plantados e tratados por eles mesmos, existindo ainda patos, galinhas, coelhos e uma lindíssima capela. Enquanto visitávamos as instalações, sentia-mos as crianças a correrem de um lado para o outro a observarmo-nos. A coordenadora do espaço explicou-nos de forma detalhada o funcionamento daquele espaço. Um grande projeto, e uma grande família.
Chama-se Centro de Solidariedade Cristã Maranatha, uma Associação de Solidariedade Social sem fins lucrativos e registada como IPSS.
Possuem dois lares para crianças e jovens em Grijo e Sermonde, onde exercem outras valências como resposta às solicitações provenientes das carências dos mais pobres ou das debilidades de uma sociedade que provoca desequilíbrios.
Esta instituição não diferencia as pessoas em virtude do seu credo ou ideologia, possuindo uma atitude ecuménica e de cooperação. Exercem a sua ação em cinco pontos fundamentais: lar de crianças e jovens, acolhimento e acompanhamento psicossocial, saúde/cultura/ecologia, solidariedade local e no campo espiritual.
Quem percorre este espaço de beleza natural e humana, encontra-se com recantos inspiradores, como a “Tenda do Encontro” (designação da Capela deste centro). O nome “Tenda do Encontro” encerra os objetivos que pretendem realizar na sua dimensão humana e Cristã. Edificaram a “Tenda” dos homens, para que seja partilhada por todos os residentes. Como escreveu o Padre fundador deste espaço “assim fez Deus ao montar a sua Tenda no nosso meio, pela Incarnação do seu Filho. Queremos estar no coração do Mundo escutando os gemidos e dores para os aliviarmos, pondo os coxos a andar e os cegos a ver, os mudos a falar e os abatidos a recuperar forças e sentido. É aí que queremos investir tudo o que temos e somos.”
A Tenda é um símbolo humano de grande riqueza. É a casa de um povo que caminha e se apresenta quando é preciso, bem junto da mãe terra.
A Tenda favorece a proximidade, convida à simplicidade e à partilha com a Natureza.
Na Bíblia é também um símbolo de presença de Deus no meio do povo que caminha rumo à liberdade (a Tenda que abriga a Arca da Aliança) e a Festa das Tendas, em que se louva o Senhor pelos Frutos da Terra (Lev. 23,33). “Ninguém aparecerá de mãos vazias diante do Senhor na festa das Tendas e cada um dará segundo as suas posses” (Deut. 16, 16).
A Tenda destina-se a fazer o encontro:
1- O Encontro consigo próprio na descoberta de todas as potencialidades, dos carismas que possui. Tenta criar o ambiente para fazer desabrochar e crescer o potencial de cada um ali presente;
2- O Encontro com o outro, na relação, na partilha, na aprendizagem do crescimento com os outros, criando um clima familiar, comunitário, na corresponsabilidade e na organização para a construção de um bem comum. Tudo em ordem na construção da fraternidade pelo Amor (1 Cor 12; 13);
3- Encontro com a Natureza, a terra. Dela tiramos a energia e o alimento, o ar puro que respiramos, a água fresca, límpida que corre das nascentes, a beleza que contemplamos e preenche o coração; as músicas do vento, os pássaros e os riachos que se juntam à voz dos animais. Toda a envolvência do espaço é expressa por estas sensações, tornando-se num encontro consigo mesmo, com os outros, com a Natureza, tendo no seu centro o encontro com Cristo.
Quem percorre os campos desta instituição, aproveitados ao centímetro para cultivo, rodeados por árvores que ainda deixavam passar uns raios de luz ao final da tarde, lembrando-nos da “Árvore da Vida e Sol”. Diz o livro do Génesis que a “Árvore da Vida estava no meio do jardim, assim como a árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gen. 2,9). Cristo vem conduzir o homem ao seu “primeiro amor” (Apoc. 2,2-4). A Árvore da Vida cortada rebenta das suas raízes.       
É esta luz que nos persegue de entre os ramos junto á Capela, é como nos diz S. João: “O Verbo era a luz verdadeira, que ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina” (Jo 1, 9-10). Jesus ao curar o cego de nascença deu-lhe a luz e ele passou a ver. A luz não é para brilhar, é para iluminar todas as coisas e as realidades que nos rodeiam. Mas há quem tenha medo da luz, porque ela também denuncia os que vivem no mal. Cristo é a luz da Páscoa, a luz fulgurante. Dentro de cada um de nós há uma luz que lhe alarga o horizonte e guia-nos no caminho da procura e do encontro.
No interior da Capela, revestida a pedra e madeira, possui no seu centro um altar rodeado de cadeiras onde as crianças se sentam e ouvem a palavra de Deus. Na sua entrada encontra-se uma pedra com água. A pedra simboliza Cristo, a Pedra Angular, a pedra básica que solidifica a construção. A casa edificada sobre pedra, tem uma garantia que não tem a que é construída sobre areia (Jo 28, 16; Act. 21, 42; Act. 4, 11-12; Cor. 3,11). A Pedro foi dito: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt. 16, 18). A água que se encontra nesta pedra, é a água que brota do coração de Cristo ao ser ferido pela lança do soldado (Jo 19, 34 e Jo 5,6), é a água que mata todas as sedes dos homens, aquela que Jesus deu à Samaritana junto do poço de Jacob (Jo 4, 10-15). É o próprio Jesus que nos diz: “Se alguém tem sede venha a mim e beba, pois do seu coração correm rios de água viva (Jo 7, 37). “E todos beberam do rochedo espiritual que os seguia e esse rochedo era Cristo” (1 Cor 10, 4 e Ap. 22,1).
A água por si é o elemento básico da vida para a terra, para a criança que no ventre materno está envolta em água, passando pelo batismo e a descida do Espirito. Na Bíblia é dos elementos mais ricos da mensagem Cristã.
Ao fundo da Capela existe uma lareira com um Cristo por cima. A descoberta do fogo provoca um salto civilizacional imenso. Na Bíblia é, como a água, um elemento fundamental da vida. Ele aparece no Antigo Testamento como elemento das relações de Deus com o seu povo. Javá manifesta-se a Abraão na forma de fogo no contexto de um diálogo pessoal (Gen. 15, 17) como na teofania de Sinai (Ez. 1) e do fogo devorador da impureza (Deut. 4, 24; 6, 15) e do bezerro de ouro.
Cristo batiza no Espirito Santo e no fogo (Mt 3, 11). É o mesmo fogo que ardia no Coração dos discípulos de Emaús no Encontro com o forasteiro, o Jesus Ressuscitado (Lc. 24, 32) e o mesmo que em Línguas de fogo desceu sobre os Apóstolos no Pentecostes. A energia, a cor e o calor que brota do fogo estabelecem a relação e o diálogo entre o humano e o divino.
Saindo da Capela, envolve-nos novamente a natureza, ao que esta instituição apelida de “Espaço Ecuménico”. Relembram que vivemos num Mundo sem fronteiras. Os muros foram caindo e é preciso que façamos cair os que ainda restam.
A Igreja é Universal e tem uma forte razão na sua riqueza: a partilha das diferenças. Como diz o Evangelho, Deus não faz aceção de pessoas e, como diz São Pedro: “já não há grego ou judeu, homem ou mulher, escravo ou homem livre, pois todos são um em Cristo Jesus”, (Gal. 3, 28; 1 Cor. 12, 13) e como diz São Paulo: “onde está o Espirito do Senhor, aí está a liberdade” (2 Cor 3, 17) Em Abraão, "Deus abençoou todas as nações" (Gen. 22, 18).
Santo Agostinho dizia: “Na essencial unidade, na opinável liberdade e em tudo caridade”. Eis um belo princípio para a unidade na diferença. Desde o Concílio Vaticano II que se têm repetido os esforços e gestos concretos de diálogo, de ecumenismo.
Os Cristãos que fazem parte desta Instituição, como os Cristãos que fazem parte deste Grão-Priorado, como os Cristãos do Mundo, são como o fermento, que se transforma para com humildade e serviço, levar a novidade da vida que o Evangelho propõe. Neste espirito terá como prioritário o serviço aos mais pobres, aos mais esquecidos, etc, buscando sempre o que mais nos une, e não o que nos separa.
Ter entregue estas mais de 200 peças de roupa a estas crianças, não é um prazer, é uma obrigação para todos os membros deste Grão-Priorado, que no momento em que se tornaram Lazaristas, juraram perante Deus e os seus Irmãos de Habito, que ingressam neste projeto para servir nesta nossa sociedade tão desequilibrada.
Termina-mos esta intervenção com as palavras do Padre fundador deste lindíssimo espaço de ação social e cívica: “Quero dizer às nossas crianças e jovens que os amamos mais do que fomos capazes de expressar e dizer”. 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

ACADEMIA AFONSO XIII

Quando um Irmão Lazarista assume um cargo de suma importância internacional, é motivo mais que significativo para dar a conhecer através deste nosso espaço de noticias do Grão-Priorado, enchendo-nos de alegria e satisfação. Hoje é um desses motivos.
 
Tentar descrever neste nosso espaço de notícias o nosso Irmão Lazarista Don José María de Montells y Galán – Visconde de Portadei, torna-se uma tarefa dificílima pelo infindável e valoroso curriculum que possui, no entanto não podemos deixar de referir o valor humano e amigo que este nosso Irmão possui, tornando-se um exemplo para todos nós.

O Dr. José María de Montells y Galán, licenciado em história e doutorado em Ciências Empresariais, é o Presidente do Real Colégio Heráldico da Geórgia, Rei de Armas da Casa Real da Geórgia e do Grão-Priorado de Espanha da nossa Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, Cavaleiro do Corpo de Nobreza do Principiado das Astúrias, Grã-Cruz das Ordens da Casa Real da Geórgia, entre muitas outras, não se pode esquecer o seu trabalho como poeta e escritor, com mais de três dezenas de publicações. E nessa matéria, é fundamental um agradecimento muito sincero de todos os Lazaristas a Don José María de Montells y Galán, que ao longo da sua vida se tem dedicado de forma intensa e dedicada a recuperar os séculos de história da nossa Ordem, deixando nos seus livros um marco patrimonial de suma importância para todos os Lazaristas.
No entanto o que nos leva a escrever estas linhas, é a eleição deste nosso Irmão Lazarista para Diretor da Ilustra Academia Afonso XIII, substituindo assim Don Juan Manuel Mitjans y Domecq - Duque de Santoña, que exercia essa dignidade desde 1993.
Don José María de Montells y Galán será acompanhado por uma equipa dinâmica e empreendedora, exercendo na função de Vice-Diretor Don Rafael Portell Pasamonte, como Secretário-Geral Don Alfredo Escudero y Díaz-Madroñero, como Bibliotecário Don Alfonso Ceballos-Escalera y Gila – Visconde de Ayala e Marquês da Floresta, como Censor Don Juan Van Halen y Acedo, como Tesoureiro Don Guillermo Torres-Muñoz y Osácar, e como Vogais Don José Luis Abad y Ruiz, Don Daniel García Riol, Don José Antonio Cadahía Casla, Don Enrique de Borbón y García-Lóbez e Don Juan de Ranea y García.
 
Como Irmãos Lazaristas, não podemos terminar estas palavras sem desejar os maiores votos de felicidade, tendo no entanto a convicção do sucesso desta equipa liderada por Don José María de Montells y Galán – Visconde de Portadei.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

PROTETOR ESPIRITUAL DA ORDEM, AGRADECE A SUA SANTIDADE O PAPA, PELO SEU "CHAMAMENTO DE PAZ"

Numa carta de 10 de Setembro, o Protetor Espiritual da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, Sua Beatitude Gregorios III, escreveu a Sua Santidade o Papa Francisco, realçando e agradecendo o apelo que fez á oração pela paz na Síria e no Médio Oriente.
“Hoje unimo-nos em oração em todo o mundo, com pessoas de boa vontade e de todas as religiões … o chamamento á paz de Sua Santidade, demonstrou ao mundo a boa vontade de todas as religiões … o chamamento á paz de Sua Santidade, demonstra ao mundo a voz da paz do evangelho. Para aqueles que necessitam, para aqueles que não sabem e os que se negam a crer nesta convocatória, ficou demonstrado que a intervenção militar não é uma resposta para se solucionar a crise na Síria. A presente convocatória do Santo Padre, foi o ponto de partida para a mobilização internacional contra qualquer tentativa de resolver este conflito através da violência. (…) Estou profundamente comovido pela iniciativa de Sua Santidade que nos acompanha no caminho da paz. (…)"
HOMILIA DO SANTO PADRE
Praça de São Pedro
Sábado, 7 de Setembro de 2013
 
«Deus viu que isso era bom» (Gn 1,12.18.21.25). A narração bíblica da origem do mundo e da humanidade nos fala de Deus que olha a criação, quase a contemplando, e repete uma e outra vez: isso é bom. Isso, queridos irmãos e irmãs, nos permite entrar no coração de Deus e recebermos a sua mensagem que procede precisamente do seu íntimo.
Podemos nos perguntar: qual é o significado desta mensagem? O que diz esta mensagem para mim, para ti, para todos nós?
 
1. Simplesmente nos diz que o nosso mundo, no coração e na mente de Deus, é “casa de harmonia e de paz” e espaço onde todos podem encontrar o seu lugar e sentir-se “em casa”, porque é “isso é bom”. Toda a criação constitui um conjunto harmonioso, bom, mas os seres humanos em particular, criados à imagem e semelhança de Deus, formam uma única família, em que as relações estão marcadas por uma fraternidade real e não simplesmente de palavra: o outro e a outra são o irmão e a irmã que devemos amar, e a relação com Deus, que é amor, fidelidade, bondade, se reflete em todas as relações humanas e dá harmonia para toda a criação. O mundo de Deus é um mundo onde cada um se sente responsável pelo outro, pelo bem do outro. Esta noite, na reflexão, no jejum, na oração, cada um de nós, todos nós pensamos no profundo de nós mesmos: não é este o mundo que eu desejo? Não é este o mundo que todos levamos no coração? O mundo que queremos não é um mundo de harmonia e de paz, em nós mesmos, nas relações com os outros, nas famílias, nas cidades, nas e entre as nações? E a verdadeira liberdade para escolher entre os caminhos a serem percorridos neste mundo, não é precisamente aquela que está orientada pelo bem de todos e guiada pelo amor?
2. Mas perguntemo-nos agora: é este o mundo em que vivemos? A criação conserva a sua beleza que nos enche de admiração; ela continua a ser uma obra boa. Mas há também “violência, divisão, confronto, guerra”. Isto acontece quando o homem, vértice da criação, perde de vista o horizonte da bondade e da beleza, e se fecha no seu próprio egoísmo.
 
Quando o homem pensa só em si mesmo, nos seus próprios interesses e se coloca no centro, quando se deixa fascinar pelos ídolos do domínio e do poder, quando se coloca no lugar de Deus, então deteriora todas as relações, arruína tudo; e abre a porta à violência, à indiferença, ao conflito. É justamente isso o que nos quer explicar o trecho do Gênesis em que se narra o pecado do ser humano: o homem entra em conflito consigo mesmo, percebe que está nu e se esconde porque sente medo (Gn 3, 10); sente medo do olhar de Deus; acusa a mulher, aquela que é carne da sua carne (v. 12); quebra a harmonia com a criação, chega a levantar a mão contra o seu irmão para matá-lo. Podemos dizer que da harmonia se passa à desarmonia? Mas, podemos dizer isso: que da harmonia se passa à desarmonia? Não. Não existe a “desarmonia”: ou existe harmonia ou se cai no caos, onde há violência, desavença, confronto, medo...
 
É justamente nesse caos que Deus pergunta à consciência do homem: «Onde está o teu irmão Abel?». E Caim responde «Não sei. Acaso sou o guarda do meu irmão?» (Gn 4, 9). Esta pergunta também se dirige a nós, assim que também a nós fará bem perguntar:
 
- Acaso sou o guarda do meu irmão? Sim, tu és o guarda do teu irmão! Ser pessoa significa sermos guardas uns dos outros! Contudo, quando se quebra a harmonia, se produz uma metamorfose: o irmão que devíamos guardar e amar se transforma em adversário a combater, a suprimir. Quanta violência surge a partir deste momento, quantos conflitos, quantas guerras marcaram a nossa história! Basta ver o sofrimento de tantos irmãos e irmãs. Não se trata de algo conjuntural, mas a verdade é esta: em toda violência e em toda guerra fazemos Caim renascer. Todos nós! E ainda hoje prolongamos esta história de confronto entre os irmãos, ainda hoje levantamos a mão contra quem é nosso irmão. Ainda hoje nos deixamos guiar pelos ídolos, pelo egoísmo, pelos nossos interesses; e esta atitude se faz mais aguda: aperfeiçoamos nossas armas, nossa consciência adormeceu, tornamos mais sutis as nossas razões para nos justificar. Como fosse uma coisa normal, continuamos a semear destruição, dor, morte! A violência e a guerra trazem somente morte, falam de morte! A violência e a guerra têm a linguagem da morte!
Depois do Dilúvio, cessou a chuva, surge o arco-íris e a pomba traz um ramo de oliveira. Penso também hoje naquela oliveira que os representantes das diversas religiões plantamos em Buenos Aires, na Praça de Maio, no ano 2000, pedindo que não haja mais caos, pedindo que não haja mais guerra, pedindo paz.
3. E neste ponto, me pergunto: É possível percorrer o caminho da paz? Podemos sair desta espiral de dor e de morte? Podemos aprender de novo a caminhar e percorrer o caminho da paz? Invocando a ajuda de Deus, sob o olhar materno da  Salus Populi romani, Rainha da paz, quero responder: Sim, é possível para todos! Esta noite queria que de todos os cantos da terra gritássemos: Sim, é possível para todos! E mais ainda, queria que cada um de nós, desde o menor até o maior, inclusive aqueles que estão chamados a governar as nações, respondesse: - Sim queremos! A minha fé cristã me leva a olhar para a Cruz. Como eu queria que, por um momento, todos os homens e mulheres de boa vontade olhassem para a Cruz! Na cruz podemos ver a resposta de Deus: ali à violência não se respondeu com violência, à morte não se respondeu com a linguagem da morte. No silêncio da Cruz se cala o fragor das armas e fala a linguagem da reconciliação, do perdão, do diálogo, da paz. Queria pedir ao Senhor, nesta noite, que nós cristãos e os irmãos de outras religiões, todos os homens e mulheres de boa vontade gritassem com força: a violência e a guerra nunca são o caminho da paz! Que cada um olhe dentro da própria consciência e escute a palavra que diz: sai dos teus interesses que atrofiam o teu coração, supera a indiferença para com o outro que torna o teu coração insensível, vence as tuas razões de morte e abre-te ao diálogo, à reconciliação: olha a dor do teu irmão – penso nas crianças: somente nelas... olha a dor do teu irmão, e não acrescentes mais dor, segura a tua mão, reconstrói a harmonia perdida; e isso não com o confronto, mas com o encontro! Que acabe o barulho das armas! A guerra sempre significa o fracasso da paz, é sempre uma derrota para a humanidade. Ressoem mais uma vez as palavras de Paulo VI: «Nunca mais uns contra os outros, não mais, nunca mais... Nunca mais a guerra, nunca mais a guerra! (Discurso às Nações Unidas, 4 de outubro de 1965: ASS 57 [1965], 881). «A paz se afirma somente com a paz; e a paz não separada dos deveres da justiça, mas alimentada pelo próprio sacrifício, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade» (Mensagem para o Dia Mundial da Paz, de 1976: ASS 67 [1975], 671). Irmãos e irmãs, perdão, diálogo, reconciliação são as palavras da paz: na amada nação síria, no Oriente Médio, em todo o mundo! Rezemos, nesta noite, pela reconciliação e pela paz, e nos tornemos todos, em todos os ambientes, em homens e mulheres de reconciliação e de paz. Assim seja.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

PEDIDO DO SANTO PADRE

Caros Irmãos em Lázaro, recordemos o pedido do nosso Santo Padre para o dia de amanhã:
 
"…por isso irmãos e irmãs, decidi convocar toda a Igreja para no próximo dia 7 de Setembro, véspera da natividade de Maria, Rainha da Paz, façam um dia de jejum e de oração pela paz na Síria, no Médio Oriente e no mundo inteiro…”
 
Juntemo-nos ao Santo Padre e a todos os homens e mulheres de Fé, para que a palavra “Paz”, seja a palavra do futuro.
 
A Chancelaria

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

GREGÓRIO III (PATRIARCA CATÓLICO) “UM ATAQUE SERIA O NOSSO FIM!”

O nosso Protetor Espiritual Gregório III (Patriarca Católico), proferiu algumas declarações ao “paginasdigital.es”, sobre o conflito na síria.
 
"Nunca mais a guerra! Nunca mais a guerra!”. Foi assim que o Papa Francisco escreveu no Twitter, enquanto o Monsenhor Mario Toso, responsável do departamento de Justiça e Paz do Vaticano dizia: ”O caminho para resolver os problemas da Síria não pode ser com uma intervenção armada. A violência não diminuirá. E corremos o risco que se estenda a outros países. O conflito na Síria, contem todos os ingredientes para despoletar uma guerra de dimensões mundiais”. Foi um chamamento que não foi escutado além dos Alpes, onde o Jean-Mrc Ayrault anunciou que apresentará ao Parlamento os documentos confidenciais dos serviços secretos, que demonstram a responsabilidade de Assad no uso de armas químicas contra civis. Para o Patriarca Católico de Antioquia com sede em Damasco, Gregório III Laham “á já dois anos que a Síria está atravessar uma tragedia humanitária sem fim: quase 100 mil vítimas, dois milhões de crianças sem casa, 450 mil Cristão exilados, 8 milhões de refugiados. O país encontra-se num inferno e uma intervenção do ocidente, vai empolar a situação”.
 
Que pensa da opção militar de Barack Obama?
 
Estou completamente em desacordo, como me oponho a qualquer violência, a qualquer uso de armas ou qualquer conflito. Não posso fazer nada mais que unir-me ao Santo Padre que declarou “Nunca mais a guerra!”. A europa poderia fazer mais para resolver os problemas da Palestina, em alternativa á criação de mais desordem na Síria.
Que acontecerá se Obama puser em marcha os seus planos?
 
Haverá mais vitimas e teremos uma guerra regional que envolverá o Líbano, onde existe um milhão de refugiados sírios. Já para não falar dos massacres dos Cristãos árabes, que hoje em Amman será um dos temas levado ao congresso que contará com a presença do Rei da Jordânia, Abdallah II. Também recentemente no Irak existiram vários atentados. Em resumo, todo o Medio Oriente encontra-se em chamas e será transformado num inferno.
O Papa propôs um dia de jejum no dia 7 de Setembro. Como vê esta iniciativa?
 
É uma magnífica iniciativa. O meu Patriarcado está a preparar uma carta aos fiéis Greco-Católicos de todo o mundo a pedir que participem na oração e no jejum organizado pelo Papa. Todas as Igrejas da Síria estão chamadas a unir todos os seus esforços para acolher todos os seus fieis desde a 19h, para que possam rezar e cantar pela paz."

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

LAZARISTAS PRETENDEM CONSTRUIR CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM KERELA (INDIA)

A Delegação da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém no Liechtenstein pretende construir um centro de formação profissional com produção integrada, de acordo com a norma europeia, depois de uma fase-piloto de três anos em Kerala (Índia)
A Confederação Suíça tem já no norte da Índia um centro de formação, em colaboração com um grupo de engenharia da suíça, nas áreas da indústria elétrica e do metal.
Esta iniciativa Lazarista, tem também como objetivo valorizar o conhecimento da população na área da educação e ensino qualificado, cumprindo as exigências do modelo europeu. Será um investimento nos próximos sete anos de cinco milhões e meio de euros e cerca de setecentos anuais, calculando que a partir do oitavo ano seja autossustentável.

HUNGRIA – DONATIVO PARA O CENTRO CHILDCARE NA GYőR-MÉNFőCSANAK

Foi no passado dia 23 de Agosto que os nossos Irmãos Lazaristas da Hungria, visitaram o Childcare Center in Ménfőcsanak.
No final da visita, entregaram um donativo no valor de HUF 50,000, com o objetivo de apoiarem as crianças que vivem naquele centro.
Este encontro entre os Lazaristas Húngaros e as crianças daquele Centro, foram marcados pela profunda interação entre as crianças e a comitiva, determinado que mais visitas se devem concretizar ao longo do ano.