segunda-feira, 28 de abril de 2014

PAPA / SÃO JOÃO PAULO II E A ORDEM DE SÃO LÁZARO

Momento em que Sua Santidade o Papa João Paulo II assina a Bênção para a Ordem de São Lázaro
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27 de Abril de 2014 é uma data que ficará para sempre na referência histórica da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém – o dia de canonização de Sua Santidade o Papa João Paulo II.
 
Uma das várias ligações diretas que Sua Santidade teve com a Ordem, foi sem dúvida nos anos 80, nos quais recebeu oficialmente várias vezes os membros da nossa Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém. Numa dessas audiências privadas com Sua Santidade o Papa João Paulo II, a Ordem apresentou-se com uma delegação composta pelo Cardial Macharski da Polónia, o Bispo de Frotz (representante na altura da Conferência Episcopal da Alemanha) e vários Sacerdotes que compunham o corpo eclesial da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, apresentando-lhe as diversas intervenções cívicas que estavam a desenvolver.
Cartão de Sua Santidade o Papa João Paulo II para a Ordem de São Lázaro
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Estas audiências nunca se resumiram a simples encontros protocolares, mas sim a uma atividade intensa de colaboração através dos mecanismos que a Ordem dispunha, chegando a alcançar uma intervenção financeira no valor de 20 milhões de dólares.
Sua Santidade o Papa João Paulo II celebra numa Capela privada com Sua Eminência o Cardeal Macharski, Prelados e Capelães da Ordem, para as nossas delegações.
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Entre 1987 e 1992, os relatórios das ações da Ordem, foram apresentados a Sua Santidade, por Sua Eminência o Cardeal Jacques Martim, esclarecendo as intervenções da Ordem, que recebiam o grande apoio do Grão-Priorado da Alemanha (na pessoa do seu Grão-Prior o Príncipe de Metternich), do Grão-Priorado dos Estado Unidos e Canada, com o auspício da Comunidade Económica Europeia. Todas estas eficazes ações, levaram a que Sua Santidade o Papa João Paulo II e o Cardeal Macharski, encorajassem a Ordem a continuar com o seu apoio social nas regiões em que estava a atuar, originando, com o apoio do Grão-Prior da Áustria, o Arquiduque da Áustria Leopoldo, o Barão de Slatin e o Referendário da Ordem, o Prof.  Franz Josef Federsel, na construção do “St. Lazarus Hospice” na Polónia. Todos estes momentos de inter-relação com Sua Santidade o Papa João Paulo II (hoje São João Paulo II), são um marco histórico e cívico de grande importância na nossa Ordem, transformando-se cotidianamente numa referência impulsionadora para a continuação do nosso trabalho.
 
 Sua Santidade o Papa Francisco na cerimónia de Canonização de São João Paulo II
SANTA MISSA E CANONIZAÇÃO DO BEATO JOÃO PAULO II
HOMILIA DE SUA SANTIDADE O PAPA FRANCISCO
Praça de São Pedro
II Domingo de Páscoa (ou da Divina Misericórdia), 27 de Abril de 2014
 
"No centro deste domingo, que encerra a Oitava de Páscoa e que São João Paulo II quis dedicar à Misericórdia Divina, encontramos as chagas gloriosas de Jesus ressuscitado.
 
Já as mostrara quando apareceu pela primeira vez aos Apóstolos, ao anoitecer do dia depois do sábado, o dia da Ressurreição. Mas, naquela noite – como ouvimos –, Tomé não estava; e quando os outros lhe disseram que tinham visto o Senhor, respondeu que, se não visse e tocasse aquelas feridas, não acreditaria. Oito dias depois, Jesus apareceu de novo no meio dos discípulos, no Cenáculo, encontrando-se presente também Tomé; dirigindo-Se a ele, convidou-o a tocar as suas chagas. E então aquele homem sincero, aquele homem habituado a verificar tudo pessoalmente, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28).
Sua Eminência o Cardeal Macharski e o Monsenhor Klaus Dick - Bispo Auxiliar de Colegne, assistem ás doações da Ordem de São Lázaro
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Se as chagas de Jesus podem ser de escândalo para a fé, são também a verificação da fé. Por isso, no corpo de Cristo ressuscitado, as chagas não desaparecem, continuam, porque aquelas chagas são o sinal permanente do amor de Deus por nós, sendo indispensáveis para crer em Deus: não para crer que Deus existe, mas sim que Deus é amor, misericórdia, fidelidade. Citando Isaías, São Pedro escreve aos cristãos: «pelas suas chagas, fostes curados» (1 Ped 2, 24; cf. Is 53, 5).
 
São João XXIII e São João Paulo II tiveram a coragem de contemplar as feridas de Jesus, tocar as suas mãos chagadas e o seu lado trespassado. Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se escandalizaram d’Ele, da sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão (cf. Is 58, 7), porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, da sua misericórdia, à Igreja e ao mundo.
Entrega de apoio hospitalar oferecido pela Ordem de São Lázaro, entregue na terra natal de Sua Santidadde o Papa João Paulo II
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Foram sacerdotes, bispos e papas do século XX. Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem e Senhor da história; mais forte, neles, era a misericórdia de Deus que se manifesta nestas cinco chagas; mais forte era a proximidade materna de Maria.
 
Nestes dois homens contemplativos das chagas de Cristo e testemunhas da sua misericórdia, habitava «uma esperança viva», juntamente com «uma alegria indescritível e irradiante» (1 Ped 1, 3.8). A esperança e a alegria que Cristo ressuscitado dá aos seus discípulos, e de que nada e ninguém os pode privar. A esperança e a alegria pascais, passadas pelo crisol do despojamento, do aniquilamento, da proximidade aos pecadores levada até ao extremo, até à náusea pela amargura daquele cálice. Estas são a esperança e a alegria que os dois santos Papas receberam como dom do Senhor ressuscitado, tendo-as, por sua vez, doado em abundância ao Povo de Deus, recebendo sua eterna gratidão.
 
Esta esperança e esta alegria respiravam-se na primeira comunidade dos crentes, em Jerusalém, de que falam os Atos dos Apóstolos (cf. 2, 42-47), que ouvimos na segunda Leitura. É uma comunidade onde se viveu essencial do Evangelho, isto é, o amor, a misericórdia, com simplicidade e fraternidade.
Construção do "St. Lazarus Hospice", realizado com o apoio financeiro da Ordem de São Lázaro e sob a direção do Prof. Franz Josef Federsel - Grão-Prior da Áustria
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E esta é a imagem de Igreja que o Concílio Vaticano II teve diante de si. João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restabelecer e atualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária, a fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos. Não esqueçamos que são precisamente os santos que levam avante e fazem crescer a Igreja. Na convocação do Concílio, São João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo, deixou-se conduzir e foi para a Igreja um pastor, um guia-guiado, guiado pelo Espírito. Este foi o seu grande serviço à Igreja; por isso gosto de pensar nele como o Papa da docilidade ao Espírito Santo.
 
Neste serviço ao Povo de Deus, São João Paulo II foi o Papa da família. Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do Céu.
Construção do "St. Lazarus Hospice", realizado com o apoio financeiro da Ordem de São Lázaro e sob a direção do Prof. Franz Josef Federsel - Grão-Prior da Áustria
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Que estes dois novos santos Pastores do Povo de Deus intercedam pela Igreja para que, durante estes dois anos de caminho sinodal, seja dócilao Espírito Santo no serviço pastoral à família. Que ambos nos ensinem a não nos escandalizarmos das chagas de Cristo, a penetrarmos no mistério da misericórdia divina que sempre espera, sempre perdoa, porque sempre ama".

quinta-feira, 24 de abril de 2014

MENSAGEM DO NOSSO GRÃO-MESTRE

Dear Consoeurs and Confreres,
 
Once again we commemorated the Passion and Death of Our Lord Jesus Christ. And what is even more important, just when we felt the hopeless loss of Our Lord, we rejoiced once more to celebrate and discover that on the third day He rose from the dead. Jesus was aware of his sacrifice for mankind, He resurrected to redeem us from sin and lead us through a path fulfilled with light. 
 
Charity is our most important and outstanding Insignia. The Order is called to serve others under the Christian values such as Faith, Hope and Charity. Let us not betray ourselves by letting down others when not accomplishing our own noble expectations and actions due to fear, ignorance or even laziness. Christ is all we need to keep us on our feet, to keep us walking forward, together, and not succumbing to the darkness in the mist of unbelief.     
 
Our recently appointed Ecclesiastical Grand Prior, Msgr. Michele Pennisi, Archbishop and Abbot of Monreale, has compared Christ’s resurrection to our own awaking from the hypocrisy, materialism and cruelty that seems to rule our society nowadays. As they say, times of crisis are also times of opportunities. We should take a chance on the opportunity the Lord granted us when he offered his Son in exchange for our own salvation from the morbid and dreadful blindness we live in. In Archbishop Pennisi’s words: “Just as Jesus wept for his friend Lazarus he also weeps for me: I am Lazarus, I am the friend, sick and loved, but also protected by Jesus from breaking down. In the tears of Jesus we discover the heart of God. The reason for our resurrection is in the love that melts into tears. We resurrect now, we will resurrect after death because He loved us. The love of God is stronger than death”. 
 
Certainly the love of God is stronger than death, and we should all hold to that statement as if it were a lifelong mantra. No pain or suffering is unbearable when he who endures it firmly believes that one day it will fade away in the same darkness he steps out of. 
Happy Easter to all of you. I hope to see you at the upcoming June Pilgrimage in Walsingham. May Christ and Saint Lazarus guide all of you through a path of light and resurrection.        
 
Atavis et Armis,
 
Carlos de Bourbon
Marquês de Almazán
Magnus XLIX Magister

segunda-feira, 21 de abril de 2014

NOMEAÇÃO

Foi nomeado por Sua Santidade o Papa Francisco, Sua Excelência Reverendíssima - D. Francisco José Senra Coelho, Capelão Sénior deste nosso Grão-Priorado de Portugal (SCHLJ – 1115PT), como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Braga, com o título de Bispo de Plestia.
D. Francisco José Senra Coelho, além de Capelão Sénior do Grão-Priorado de Portugal da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, exerce também as dignidades de Capelão Magistral da Assembleia Portuguesa da Ordem Soberana e Militar de Malta, Capelão da Ordem de Nossa Senhora de Vila Viçosa, Capelão da Ordem Constantiniana de São Jorge (Casa Real das Duas Sicílias), etc, possuindo agora este nosso Grão-Priorado de Portugal dois Bispos no seu corpo de Capelões.
Esta nomeação é motivo de grande felicidade para todos os Cavaleiros e Damas do Grão-Priorado de Portugal e felicita D. Francisco José Senra Coelho pela sua nova função na Arquidiocese de Braga.

sábado, 19 de abril de 2014

quinta-feira, 17 de abril de 2014

MENSAGEM DE PÁSCOA DE SUA EXCELÊNCIA REVERENDÍSSIMA O GRÃO-PRIOR ECLESIÁSTICO DA ORDEM- ARCEBISPO DE MONREALE

Jesus Christ resurrected Saint Lazarus and himself from among the dead. In this way he has revealed himself to be the Lord of Life, Him, who defeated death and definitely opened the door to Eternity through which we shall walk.
 
The resurrection of Saint Lazarus is not only the symbol of future resurrection, but also a gift that our Lord Jesus offers to those who believe. In the present, Jesus appears to all His believers as an indescribable eternal Life fulfilled with the divinity which will never cease. 
Sua Excelência Reverendíssima o Grão-Prior Eclesiástico da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém - Monsenhor Michele Pennisi – Arcebispo de Monreale
The call that Jesus utters to Lazarus is not only an invitation to each one of us to step out of our grave of selfishness, insensitivity, meanness and desperation, but it is also the effective word that truly frees us and allows us to enjoy real life.
 
Just as Jesus wept for his friend Lazarus he also weeps for me: I am Lazarus, I am the friend, sick and loved, but also protected by Jesus from breaking down. In the tears of Jesus we discover the heart of God. The reason for our resurrection is in the love that melts into tears. We resurrect now, we will resurrect after death because He loved us. The love of God is stronger than death. 
We are getting ready to celebrate Easter, an event that brings all of us Christians together despite confessional differences. 
 
The Russian orthodox theologian P. Florenskii, executed by firearm on December 8th 1937 said in his homily: “The beginning of life”: “In the continuous course of events and circumstances a center point has been reached, a grasping support point: “Christ has resurrected…!” If the Son of God had not resurrected, the whole world would become completely absurd, and Pilate’s disdainful words: “What is the truth?” would have become true. If Jesus Christ was not resurrected, then the most precious treasure would definitely burn and beauty would irreversibly die. If the Son of God had not resurrected, the bridge that brings together Heaven and Earth would have collapsed for eternity. And we would have been left with neither of them, because we would never have been able to see Heaven nor fight against Earth’s destruction. 
The Evangelical Minister D. Bonhoeffer, member of the “Church of Confession”, during Nazism in 1944 while in prison wrote a letter to a friend before being executed, where he said: “The resurrection of Christ is the true “Archimedes’ point” from which it is possible to move the world…” If Jesus Christ was not resurrected, the point of support that governs our life stumbles and collapses; our life is bound to uselessness. Every speech that involves God would be an illusion; all hope would simply fade away.
 
Anglican teacher N. T. Wright says: “Allowing Jesus to take over our life today means recognizing and loving Him, the one who defeated death with the power of love and the new creation. All the glasses full of fresh water, all of the short prayers and fights against the despots that oppress the poor, all the sung praises or joyful dances, all the pieces of art and music, nothing has been wasted. The resurrection will reaffirm it in an unimaginable way, as a part of God’s new world. The resurrection is not only about a glorious future, but it is also about a meaningful present.”
Pope Francis in the Evangelii Gaudium says: “Christ's resurrection is not an event of the past; it contains a vital power which has permeated this world. Where all seems to be dead, signs of the resurrection suddenly spring up. It is an irresistible force. Often it seems that God does not exist: all around us we see persistent injustice, evil, indifference and cruelty. But it is also true that in the midst of darkness something new always springs to life and sooner or later produces fruit. On razed land life breaks through, stubbornly yet invincibly. However dark things are, goodness always re-emerges and spreads. Each day in our world beauty is born anew; it rises transformed through the storms of history. Values always tend to reappear under new guises, and human beings have arisen time after time from situations that seemed doomed. Such is the power of the resurrection, and all who evangelize are instruments of that power” (EG, 276).
 
The Easter victory of Jesus Christ over sin and death must develop in each one of us a profound change. Slavery and false idols, like power and money must be relieved by the free life of the children of our Lord. Against the sadness that dominates us due to the fear of the future there is a sense of happiness; confronting the selfishness that only allows us to look at ourselves, we encounter the love that is expressed in solidarity and responsible actions.
 
Jesus Christ, after His resurrection, became a stone of this new building that helps us, despite all troubles in our life, to be confident in a new future.  A new society born, based on solidarity, legality and commitment, to become in our daily life, builders of peace, open to a faith that will never fade away.
Sua Excelência Reverendíssima o Grão-Prior Eclesiástico da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém - Monsenhor Michele Pennisi – Arcebispo de Monreale e Sua Eminência o Cardeal Renato Raffaele Martino - Grão Prior da Ordem Constantiniana de São Jorge 
In the same way that Jesus Christ removed the stone that sealed the Holy Sepulchre He can also remove the stone that does not permit us to recognize the signs of the presence of God in our time. Our stoned heart filled with selfishness and sadness can be transformed into a heart of flesh, capable of loving in the same compassionate way of Christ, and willing to take all mankind in a peaceful embrace.
 
May the compassionate Father strengthen us in the attention and responsibility towards all human misery so we can become dispensers of compassion.  May He also give us his Spirit of love so we can resurrect with Christ, and sustained by Christian hope, aspire to eternal happiness.
 
Monreale, Palm Sunday, April 13th 2014 
 
Michele Pennisi
Archbishop of Monreale, Sicily, Italy
Ecclesiastical Grand Prior of The Military and Hospitaller Order of Saint Lazarus of Jerusalem