segunda-feira, 27 de outubro de 2014

GRÃO-MESTRE NOVAMENTE NO VATICANO - ENCONTRO COM O PROTETOR ESPIRITUAL DA ORDEM E COM SUA SANTIDADE O PAPA FRANCISCO



Na III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo de Bispos convocada por Sua Santidade o Papa Francisco, o nosso Grão-Mestre D. Carlos de Bourbon – Marquês de Almazán, deslocou-se novamente à cidade do Vaticano, para um encontro oficial com o Protetor Espiritual da nossa Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém – Sua Beatitude Gregorios III – Patriarca Greco-Melequita de Antioquia, Alexandria e Jerusalém.
Encontro oficial entre o Protetor da Ordem Sua Beatitude Gregorios III – Patriarca Greco-Melequita de Antioquia, Alexandria e Jerusalém e o Grão-Mestre D. Carlos de Bourbon 
Este encontro oficial entre o Grão-Mestre e o nosso Protetor Espiritual, que decorreu na Casa de Santa Marta, residência de Sua Santidade o Papa Francisco, debateu-se um dos temas mais importantes e urgentes para o mundo Católico, os Cristãos no médio-oriente, do qual o Patriarca referiu “a nossa Fé é a nossa base, o nosso pilar, e agora está a ser atacado esse pilar”.
Este encontro oficial que decorreu na Casa de Santa Marta no Vaticano, culminou com um emotivo encontro entre o nosso Grão-Mestre D. Carlos de Bourbon e Sua Santidade o Papa Francisco.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

GUIMARÃES 2014

É do conhecimento geral que a primeira gafaria da Ordem de São Lázaro em Portugal, surge no século XII na terra do Marco, hoje conhecida por todos nós como Marco de Canavezes.
Ainda hoje em dia junto ao rio, podemos observar a Igreja de São Lázaro (movida no século XVII devido ao caudal do rio) a qual contou com a visita do nosso Grão-Mestre à cerca de ano e meio, juntamente com o Conde de Campo de Alange e uma delegação do Grão-Priorado de Portugal. Durante esta visita, muito se imaginou a coragem daqueles homens ao percorrerem milhares de quilómetros desde Jerusalém, por caminhos repletos de dificuldades e aventuras, doenças que assolavam tamanha façanha, com o objetivo de instituírem uma gafaria, a qual segundo os relatos escritos da época, ficou completamente edificada com capela no ano de 1264.
Grão-Mestre com o Vereador da Cultura Dr. José Manuel Nogueira Teixeira Bastos
Mas movia-os a fé, a divulgação da palavra do Senhor, e a preservação de uma responsabilidade social, fazia-os ultrapassar todas estas dificuldades.
Os séculos vão passando e a gafaria permaneceu, assumindo sempre a sua responsabilidade social e religiosa, como nos relatam os trabalhos de António Vasconcellos (op. Cit. Págs. 78, 85 e 86), onde se pode ler explicitamente “Ordem de S. Lázaro” e a nomeação de João Pinto de Vasconcellos como “administrador”, por nomeação a 29 de Julho de 1750 por alvará de Sua Majestade El-Rei Dom João V (Chancelaria de Dom João V liv. 121, fl. 24).
Damas de Portugal e da Irlanda
Os Cavaleiros e Damas da Ordem de hoje, quiseram recordar não só o passado, mas também colocar em si próprios a responsabilidade de continuar o legado histórico e patrimonial que lhe foi delegado ao longo dos séculos, e para tal, não poderia ser escolhido outro local que não fosse Guimarães – “a cidade berço da nacionalidade”. Reza a história, que foi a Rainha Mafalda, mulher do nosso primeiro Rei de Portugal, que patrocinou financeiramente o início da construção da gafaria da Ordem, fazendo-se supor que tal apoio tenha levado os cavaleiros Lazaristas a passarem por Guimarães.
Assim sendo, a cidade de Guimarães acolheu 12 delegações internacionais da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, o seu 49º Grão-Mestre D. Carlos de Bourbon, o Grão-Comendador Internacional, o Grão-Chanceler Internacional e vários outros membros do Grã-Conselho Magistral, juntamente com vários Priores, para assistirem a este marco histórico em Portugal.
Membros da Ordem
Um dos principais objetivos da organização, foi mostrar e recuperar toda a carga histórica que Guimarães possui perante a nossa nação, iniciando-se estas iniciativas no dia 3 de Outubro com uma receção oficial na Câmara Municipal de Guimarães, onde o Vereador do pelouro da Cultura referiu nas suas palavras o intenso trabalho cultural que a cidade tem produzido ao longo dos últimos anos, ao qual o nosso Grão-Mestre apresentou um agradecimento muito especial à cidade de Guimarães, por nos receber de forma tão especial nesta iniciativa promovida pelo Grão-Priorado de Portugal. A cerimónia oficial terminou com a entrega da “Medalha de Honra” do Grão-Priorado de Portugal à cidade de Guimarães.
Estandarte do Grão-Priorado de Portugal
Com uma comitiva de trinta pessoas, composta pelos representantes das diferentes nações e pelo Conselho Magistral da Ordem, a mesma deslocou-se até à sede do Grão-Priorado de Portugal, situada, à semelhança de mais de 700 anos atrás, na região do Marco de Canavezes, onde puderam visitar as nossas instalações.
Entrando pelo portão da época com um Brasão de Armas relembrando a história que simboliza o espaço, pode-se observar do pátio as várias construções que compõem a sede. Subindo as escadas em pedra, passamos por um vitral com mais umas Armas de Família e somos levados a sentir já dentro do edifício, a história dos vários quadros antigos das pessoas que ficaram imortalizados naquelas pinturas.
Conde de Bracial - Hospitalário do Grão-Priorado de Portugal, Barão de Arêde - Guarda Selos do Grão-Priorado de Portugal e o Grão-Mestre D. Carlos de Bourbon 
Na Capela particular da sede, também com acesso direto pela Casa, deslumbra-se no altar em pedra esculpida com a Cruz da nossa Ordem de São Lázaro do tempo em que os Reis de França exerciam a sua proteção á Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, com as suas quatro flore-de-lis.
No topo do altar, a Nossa Santa e Terna Mãe observa-nos com os seus olhos pintados num quadro, dizendo-nos que estará sempre connosco.
Por entre salas, quartos e os três pisos que possui esta casa, a delegação sente o silêncio característico da região, permitindo-lhes reconhecer que é um espaço onde os Cavaleiros e Damas do Grão-Priorado de Portugal podem usufruir para os seus retiros.
Este é o cenário que esta delegação encontrou, repleto de história, mas também de espiritualidade.
Depois da fotografia que registou para sempre o momento, um pequeno grupo do Conselho Magistral da Ordem, foi almoçar ao solar do Inquisidor do Grão-Priorado de Portugal – Visconde de Garcêz – Luís Lencastre. Uma propriedade com traços também repletos de história e que demonstra no seu mais ínfimo detalhe, o característico antigo solar da região, envolvido por obras de arte no seu interior.
Depois do almoço, o merecido descanso no local que acolheu as mais de cento e cinquenta pessoas que participaram nestas comemorações, a Pousada de Santa Marinha que se encontra situada no topo de Guimarães, da qual se pode observar os Paços dos Duques de Bragança e do Castelo de Guimarães.
O Grão-Priorado de Portugal rege-se na sua estrutura organizativa nacional por dois pilares fundamentais na sua vida ativa, o apoio social a quem mais necessita e uma forte orientação religiosa em cada um dos seus membros. Cumprindo este ultimo principio, foi pelas vinte uma horas do dia 3 de Outubro, que os postulantes do Grão-Priorado de Portugal se concentraram na sacristia da Igreja da Pousada de Santa Marinha (antigo Mosteiro dos Agostinhos do século XII), enquanto entoavam os cânticos gregorianos da Igreja.
Prior de Espanha - Marquês de Armunia - D. Iván de Arteaga y del Alcázar 
Nos claustros aguardavam os Cavaleiros e Damas da Ordem, os futuros Irmãos em Lázaro e lá dentro os Postulantes em conjunto recitavam orações com o terço da Ordem nas suas mãos.
Ao final de uma hora, os Postulantes estavam preparados para percorrem os claustros do antigo Mosteiro, subir a escadaria que os levaria à Igreja e serem recebidos pelos Cavaleiros e Damas da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém. Toda a cerimónia fez-se acompanhar pelos cânticos gregorianos, o silêncio da noite e a continua oração. Cada um com o seu livro na mão e o terço na outra, acompanharam as palavras que os levariam a um compromisso perante o Senhor, de estarem com o seu coração prontos a servir os que mais necessitam, e a divulgar a Fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, sob a proteção do nosso Santo Patrono São Lázaro. Foram duas horas de recoleção, de oração, onde todos em conjunto se uniram através da Fé.
No dia seguinte, pelas dez horas da manhã, uma camioneta esperava os desejosos de conhecer a “cidade berço da nacionalidade” – Guimarães. Foram três horas de visita turística, passado pelo Paço dos Duques de Bragança, pela Capela de São Miguel e o emblemático castelo de Guimarães. A guia turística levou todos os membros a percorrerem as encantadoras ruas da cidade, terminando esta visita pelas treze horas.
49º Grão-Mestre D. Carlos de Bourbon
O momento alto das cerimónias aproximava-se. Pelas 16h e 15m já nos claustros da Pousada da Santa Marinha, chegavam por todos os lados os mantos negros com a cruz Lazarista. Na Sacristia os Postulantes reliam os textos do dia anterior e rezavam em grupo, preparando o seu coração e espirito para a cerimónia que se aproximava. Do lado de fora, nos claustros, todos se organizavam, aguardando os Postulantes. Estavam todos preparados e saindo do referido claustro de onde já se ouvia o hino da Ordem entoado por um magnifico grupo coral dirigido pelo Prof. Hélder Bento(Audivi Vocem), o cortejo começou a percorrer a calçada exterior da Igreja, subindo a escadaria em pedra, passando pela imponente porta e rapidamente se inundou a casa do Senhor com os mantos negros da Ordem com a sua cruz verde. Deu-se início à cerimónia.
Grão-Mestre e os novos Cavaleiros e Damas da Ordem
Por entre cânticos, orações e profunda união espiritual, os Postulantes depois de se apresentarem perante Deus Nosso Senhor e perante o nosso Grão-Mestre, juravam dedicar o seu corpo e alma ao compromisso social de ajudar o próximo, sempre alicerçada na fé e na oração. E assim recolhiam de seguida aos seus novos lugares como Cavaleiros e Damas da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém. A cerimónia terminou com a comunidade em oração, conscientes que todos temos uma responsabilidade cívica, social e religiosa, e que essa mesma é, a que nos chama a dizer que devemos ser como Lázaro “amigos de Cristo”.
49º Grão-Mestre D. Carlos de Bourbon
Já na Sala do Capitulo da Pousada de Santa Marinha, e porque estávamos todos em festa, os convidados foram recebidos com um concerto de música lírica, seguida de uma atuação da típica música portuguesa, onde os xailes minhotos, cavaquinhos, e cânticos tradicionais, mostraram às delegações presentes e recordaram aos portugueses, a nossa cultura.
O jantar de gala, realizado no Salão Nobre desta Pousada, reuniu mais de cento e cinquenta pessoas, onde o bom intercâmbio cultural das diferentes mesas se fazia sentir pela boa disposição de todos os presentes.
Durante o discursos de agradecimento a todos os que participaram nesta iniciativa, entregou-se a Medalha de Honra do Grão-Priorado de Portugal ao nosso Grão-Mestre D. Carlos de Bourbon – Marquês de Almazán, ao Grã-Comendador da Ordem Dr. Ronald Hendriks, ao Grã-Chanceler da Ordem Dr. Edward B. White e ao Prior de Espanha D. Iván de Arteaga y del Alcázar – Marquês de Armunia.  
As palavras finais do nosso Grão-Mestre foram o perfeito finalizar deste jantar, recordando a responsabilidade que assumimos quando nos tornamos membros desta instituição, e pedindo a todos um grande brinde por Portugal.
De seguida, e de volta à Sala do Capitulo, foi aberto o Baile de Gala com a tradicional valsa, seguida de um animado convivo que foi terminado pelas quatro da manhã ... imposto pela organização … porque no dia seguinte ainda havia muito para trabalhar.
A responsabilidade de escrever sobre esta iniciativa, é uma tarefa difícil. Jamais as mesmas conseguem descrever a boa disposição, convívio e espirito religioso que se sentiu por todos os presentes. A alegria que ainda se vivia nos dias seguintes, ao recordar esta iniciativa do Grão-Priorado de Portugal, também era expressa pela forte mensagem desta iniciativa. É fácil sorrir, é fácil dedicarmos o nosso coração aos outros, é fácil seguir a palavra de Cristo, basta dizer-mos “sim, eu quero”.
 
Não podemos deixar de agradecer à Vinalda que patrocinou e brindou-nos com uma excelente carta de vinhos: o Paço de Teixeiró, Quinta do Côtto e a Quinta do Côtto Vintage.